Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, em território nacional, o Setembro Amarelo. Embora a iniciativa aconteça durante todo o ano, o dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Conforme o Plano Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio 2022-2025, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o problema deve ser compreendido não como uma questão relacionada apenas à dimensão da experiência individual, mas como algo inserido em uma determinada sociedade, onde elementos como raça, gênero, orientação sexual, classe social, idade, etc, são importantes de serem considerados ao olhar para a situação. É também um acontecimento com grande impacto social, que afeta os sobreviventes (família, amigos, conhecidos) e a sociedade em geral. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em média, um suicídio afeta pelo menos outras seis pessoas, e se ocorre em uma escola ou em algum local de trabalho, impacta centenas de pessoas.
Considerando esse impacto, o suicídio passou a ser um problema de saúde pública na medida em que afeta a vida de maneira imensurável de um grande número de pessoas. Ele está entre as principais causas de morte do mundo, conforme a OMS, que indicou que em 2019 mais de uma a cada cem mortes ocorreram por suicídio. A taxa mundial no ano de 2019 foi de 9,0 por 100 mil habitantes, o que equivale a mais de 703 mil mortes.
No Brasil, as mortes autoinfligidas ocupam a terceira posição entre os óbitos por causas externas. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de óbitos por suicídio foi de 5,7 por 100 mil habitantes em 2015. Em média, 11 mil pessoas tiram a própria vida por ano no país. Neste contexto, o Rio Grande do Sul tem-se destacado com altos índices de suicídio, com uma taxa duas vezes maior que a brasileira: 13,34 por 100 mil habitantes em 2019. Isso significa que, em média, três pessoas tiraram a sua própria vida por dia no estado, o que totalizou 1.423 suicídios no mesmo ano.
Diante de dados alarmantes, é necessário, portanto, que os setores do Estado e da sociedade se articulem na construção e execução de ações de promoção da vida e prevenção do suicídio. Neste sentido, a equipe da AMENT (Atenção Especializada em Saúde Mental) de David Canabarro, juntamente com a Unidade Básica de Saúde, os Agentes Comunitários de Saúde e o projeto Rede Bem Cuidar, promoverá, nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, na Praça 35, uma atividade alusiva à campanha.
A ação, que acontecerá durante todo o dia, contará com profissionais à disposição da comunidade para dialogar sobre diversos assuntos relacionados à saúde, inclusive sobre a prevenção ao suicídio, tema da campanha. “Será uma forma de levar informação e promover saúde para a comunidade”, ressalta a psicóloga Aline Rottini, integrante da AMENT.